top of page

Ó, Eros

Ó, Eros, teu amor é água,

Essencial, rio que flui, chuva calma.


ree

Ó, Eros, teu fervor é magma,

Borbulhando nos confins da minha alma.


Nos teus ossos erigi minha casa,

Meu porto seguro, acende a minha brasa.

Tu és o fogo que aquece meu inverno,

Teus braços meu leito enquanto hiberno.


És a contradição constante,

Sereno como o céu de verão radiante.

Mas teu coração vibra incessante,

Abismo profundo, descomunal e deslumbrante.


Caio, caio dentro do teu cais,

Impotente contra o teu mar voraz.

Nadar é inútil, afogo-me no teu olhar,

Ao emergir, já não consigo mais respirar.


Salve-me dessa maré implacável,

Desse maremoto imenso e inabalável.

Suplico-te por um último beijo em vida,

Pois a dor do perder é a mais ardida.


No teu sangue, eu fluo e escorrego,

Contra o destino não há crença ou credo.

Tu podes rezar, adorar, chamar a Deus,

Mas sabemos que até ele agora é ateu. 


E, mesmo nos corredores do inferno,

Sei que tu me adornas em teu sexo.

Continuam dizendo que o amor é cego,

Já eu acho que pode ser tudo, menos eterno.


Então, nesta jornada infinita de adoração,

Dou a ti, Eros, o meu desnudo coração.

E em tua posse carnal, tenha a certeza,

De que será para sempre até não seja.

 
 
 

Comentários


  • Spotify
  • Apple Music
  • Instagram
  • TikTok
  • X
  • Youtube
  • Facebook

Notícias e atualizações

Obrigada pela inscrição! <3

©2024 por Nina Inski.

Fear no Threat. Believe in Death.™

bottom of page