Ó, Eros
- Nina Inski

- 11 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Ó, Eros, teu amor é água,
Essencial, rio que flui, chuva calma.

Ó, Eros, teu fervor é magma,
Borbulhando nos confins da minha alma.
Nos teus ossos erigi minha casa,
Meu porto seguro, acende a minha brasa.
Tu és o fogo que aquece meu inverno,
Teus braços meu leito enquanto hiberno.
És a contradição constante,
Sereno como o céu de verão radiante.
Mas teu coração vibra incessante,
Abismo profundo, descomunal e deslumbrante.
Caio, caio dentro do teu cais,
Impotente contra o teu mar voraz.
Nadar é inútil, afogo-me no teu olhar,
Ao emergir, já não consigo mais respirar.
Salve-me dessa maré implacável,
Desse maremoto imenso e inabalável.
Suplico-te por um último beijo em vida,
Pois a dor do perder é a mais ardida.
No teu sangue, eu fluo e escorrego,
Contra o destino não há crença ou credo.
Tu podes rezar, adorar, chamar a Deus,
Mas sabemos que até ele agora é ateu.
E, mesmo nos corredores do inferno,
Sei que tu me adornas em teu sexo.
Continuam dizendo que o amor é cego,
Já eu acho que pode ser tudo, menos eterno.
Então, nesta jornada infinita de adoração,
Dou a ti, Eros, o meu desnudo coração.
E em tua posse carnal, tenha a certeza,
De que será para sempre até não seja.









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